Por que os Estudantes Escolhem Relacionamentos Errados?
Será
que algum destes cenários parece familiar?
A
aluna do ensino médio continua a ter relacionamentos com homens abusivos.
O
aluno da faculdade se junta a amigos que o metem em apuros.
Adolescentes
inteligentes voltam sempre para os mesmos relacionamentos que estão indo a
lugar nenhum, que em nada ajudam para o crescimento e o amadurecimento deles.
Eu
acho que cada pai, professor ou líder já lamentou ver um(a) jovem que sempre
faz más escolhas sobre com quem eles se relacionam e como esses pares os
impedem de alcançar seu potencial.
Então,
por que isso é tão comum? Como é possível que pessoas inteligentes façam coisas
tão estúpidas?
Quando
estudantes inteligentes fazem coisas estúpidas.
Aqui está uma dica:
isso tem pouco a ver com o fato deles serem inteligentes. A verdade é que esse
problema não é tanto sobre o seu intelecto, mas sobre suas emoções.
Independentemente se
eles possuem um QI alto, um QE baixo (pesquisadores chamam de “inteligência
emocional”) pode sabotá-los o tempo todo. É por isso que as pessoas que lidam
com estudantes precisam entender o que está acontecendo com eles.
Os
especialistas em questões cerebrais têm dito há anos que durante a adolescência
os jovens são propensos a assumir mais riscos do que em qualquer outro momento
da sua vida. O córtex pré-frontal está se desenvolvendo durante esse período,
de modo que as partes do cérebro em sintonia com as recompensas para os riscos
são muito elevadas, enquanto que as partes do cérebro que sinalizam as
consequências para tais riscos ainda são baixas. Isso pode levar “pessoas inteligentes a
fazerem coisas estúpidas” durante a vida escolar ou até mesmo depois.
Além
disso, os adolescentes que anseiam por essas recompensas por parte de seus
colegas lutam com um paradoxo. Deixe-me expor uma explicação simples de minhas
próprias experiências com base na interação com estudantes de ensino médio e
universitários nas últimas três décadas.
Jovens adultos lutam com a escolha entre dois grupos de relacionamentos
(ou podemos chama-los de “pares”). Tal
luta pode ser resumida da seguinte forma:
1 - Quando estou em
torno de pessoas saudáveis e produtivas, eu gosto de quem eu sou.
Considere
o que nos tornamos quando estamos em torno de pessoas que nos desafiam a buscar
o nosso melhor. Sentimos a força do estímulo do crescimento e melhoria, seja
através da prática de esportes, conseguindo boas notas ou competindo por um
lugar numa equipe de trabalho. Pode ser difícil no momento, mas trata-se do
processo de nos tornarmos uma versão melhor de nós mesmos. Lembro-me de ter
ficado, por um bom tempo, em torno de bons atletas, bem como de estudantes
inteligentes na escola e na faculdade.
Ambos os grupos me fizeram um melhor aluno. Depois disso, meu senso de
identidade refletiu tal melhoria e eu mesmo gostava mais de mim do que antes.
2 - Quando estou em
torno de pessoas disfuncionais e não saudáveis, eu gosto de como eu me sinto.
Infelizmente,
o salto para frente pode ser ofuscado por outro tipo de salto. Os jovens muitas
vezes acham que, enquanto eles gostam mais de sua identidade por estarem
cercadas de pessoas saudáveis e amizades produtivas, eles também gostam de como
SE SENTEM quando têm ao redor pessoas disfuncionais e acomodadas. Ou seja, eles “relaxam” emocionalmente e
intelectualmente. Além disso, sentem que estão no topo da montanha, no patamar
mais alto, e que são capazes de ajudar os colegas que deles necessitam. Então, muitos jovens tendem a desempenhar o
papel de “resgatadores”, “salvadores” e nessa caminhada infelizmente eles são
puxados para baixo pelos seus colegas.
A
verdade é que todos nós gostamos de sentir que as pessoas precisam de nós, que
somos um grande peixe num pequeno lago.
Você
conhece a história dos caranguejos no balde?
Os
pescadores que têm um balde cheio de caranguejos não precisam se preocupar em
perder nenhum deles. Você sabe por quê? Porque no momento que um dos
caranguejos começa a subir até a borda do balde, os outros o puxam de volta
para baixo, junto deles.
Este
cenário é muito familiar, não é?
Dois
passos que podem (e devem) ser tomados:
1 - Fale com os
jovens sobre o passado deles.
Descobrir
e conversar sobre qualquer assunto que você puder o ajudará a desafiá-los a
viverem de acordo com a herança familiar ou o nome que possuem. Se, entretanto,
o passado deles está manchado com exemplos ruins, desafie-os a quebrarem esse
ciclo.
2- Fale sobre o
futuro deles.
Fale
sobre como as decisões atuais serão a herança que vai ajuda-los ou vai
atrapalhá-los a alcançarem os alvos na vida adulta. Lembre os jovens que quanto
mais longe eles puderem ver, melhores decisões poderão ser tomadas hoje.
Vamos ajudar os
estudantes a amarem quem eles são.
Dr.
Tim Elmore é fundador e presidente do Growing Leaders, criador do curso HABITUDES.
Tim trabalha com jovens estudantes há mais de 30 anos e é autor de vários
livros, além de conferencista, mentor e articulista.
Fonte:
www.udf.org.br