Restauração pós tempestade

Vivemos num mundo jaz do maligno e a humanidade, contaminada pelo pecado, sem Deus no coração, conduz seu destino para própria destruição. Por isso, muitas vezes somos assolados por tempestades sem aviso prévio, e o que estávamos construindo é lançado ao chão. O que se segue, naturalmente, é desânimo, vontade de desistir, impotência e frustração. Nos perguntamos: como isso é possível, se me esforcei tanto para fazer tudo certo e me dediquei, dando o melhor de mim? Note que não estou falando de quem planta vento e colhe tempestade. Estou falando de quem planta o bem e, mesmo assim, enfrenta tempestades.

A verdade é que, quando a tempestade vem, ela é implacável, não respeita nada, nem ninguém. Nosso longo esforço e suada dedicação não servem de nada, são destruídos em poucos minutos. E, cá entre nós, a seta que o inimigo lança com palavras aos nossos ouvidos é a de que Deus não fez nada para nos ajudar. Por setas e sugestões malignas, podemos pensar que pedimos pão e Deus nos deu pedra. 

Contudo, precisamos catar os cacos, nos erguer e limpar o que restou. As vezes demora um pouco, mas precisamos e devemos recomeçar, nos esforçar, fazer a nossa parte. O que não está ao nosso alcance, devemos deixar aos pés da soberania de Deus. A Bíblia nos ensina como homens de Deus venceram suas tempestades. Moisés e Josué, por exemplo, fizeram a parte que lhes cabiam, mas quem abriu as águas do mar e do rio foi o Senhor, o Grande Eu Sou, “Aquele que até o vento e o mar Lhe obedecem”.

Não podemos esquecer que Deus contempla cada um de nós. Assim como o céu permanece azul e o sol não deixou de brilhar acima das nuvens, ante a tempestade que nos sobrevém, Deus continua disponível a renovar nossas forças para seguirmos em frente.  Aquele que disse: "No mundo tereis aflições...", é o mesmo que prometeu: "...Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém."

Precisamos entender, também, que Deus permite tempestades com elevados e invisíveis propósitos que, num primeiro momento, fogem a nossa compreensão (“...Porque Ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” Mateus 5:45).  Com o passar do tempo, a tempestade será apenas lembrança de um tempo ruim entre tantos dias que fazem parte de nossa vida.

Na verdade, a permissão de Deus para enfrentarmos tempestades, é que Ele sabe que ela nos ensina lições e saímos fortalecidos da situação. É a oportunidade de superamos algo que jamais poderíamos achar que seria possível. "Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem que falte a vocês coisa alguma" (Tiago 1:2-4).

Ao observamos direitinho, nos damos conta de que aquilo que a tempestade derrubou, quebrou ou levou, eram os itens mais frágeis, sem raízes firmes. Árvores com raízes profundas e fortes resistem nas tempestades. Falsos amigos são levados pra longe, pelas tempestades circunstanciais, restando, ao nosso lado, os que realmente estão dispostos a nos apoiar e continuar nos fortalecendo na caminhada. As amizades verdadeiras são reveladas na tempestade. Ela também revela se estávamos valorizando e priorizando o que não tinha mais substância, e essas prioridades serão descartadas, pós tempestade.

É importante observar que, a tempestade em nossa vida cumpre desígnios de Deus: Ela muda nossa maneira de enxergar a situação, nos traz uma visão voltada para a renovação, limpeza, conscientização, amadurecimento e novo estilo de vida.

Que, em meio a tempestade, nunca esqueçamos de que Deus continua a nos amar, segue renovando Sua misericórdia dia após dia, enxugando nossas lágrimas e restaurando nossas forças - “Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Isaías 40:31).