Reeducandas doam cabelos para campanha contra o câncer

Cerca de 20 reeducadas da Penitenciária de Recuperação Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, se engajaram na campanha ‘Fios de Alegria’. Na manhã desta sexta-feira (9), elas cortaram seus cabelos para a confecção de perucas destinadas a pacientes com câncer que passam pelo tratamento de quimioterapia no Hospital Napoleão Laureano. A iniciativa foi resultado de uma parceria entre a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), por meio de sua unidade prisional de Mangabeira, e os organizadores da campanha em João Pessoa (Rede Feminina de Combate ao Câncer e ONG Fios de Alegria).
A diretora da Penitenciária de Recuperação Feminina Maria Júlia Maranhão, Cinthya Almeida, destacou a importância do engajamento das reeducandas em ações que também envolvem toda a sociedade. “Nós propusemos a participação na campanha e elas acataram com bastante alegria. Cada vez que uma mulher reclusa participa de uma atividade que outras mulheres livres também participam, como é o caso desta campanha, elas se sentem iguais e úteis. Ou seja, não se sentem discriminadas”, afirmou. “Eu fiquei surpresa porque até as funcionárias resolveram participar”, acrescentou.

Para a presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Moema Arnaud, a solidariedade das reeducandas é louvável. “A diretoria da penitenciária entrou em contato para fazer a parceria. Achei uma iniciativa super louvável, porque mesmo presas, no mundo delas, as reeducandas podem exercer o papel de cidadãs com solidariedade”, destacou.

Kely Maria da Silva, de 25 anos de idade, por exemplo, está cumprindo pena há dois anos e sete meses e agora aguarda o regime semiaberto. Ela foi uma das reeducandas que, além de doar parte dos cabelos, estimulou as amigas a fazer o mesmo. “Eu fui de cela em cela, incentivando as colegas, que concordaram em doar. Para mim, trata-se de uma boa ação, porque não sabemos do dia de amanhã. Hoje são outras pessoas que estão precisando, mas amanhã poderá ser eu, ou mesmo a minha família”, argumentou.