Hepatite C: recomendações do novo protocolo
Calcula-se que 170 milhões de pessoas - 3% da população mundial - estejam contaminadas com o vírus da hepatite C. No Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, 28 de julho, no mundo inteiro se divulga e alerta as populações sobre esta doença. A transmissão ocorre pelo contato com o sangue contaminado pelo vírus e, assim como a hepatite B, a hepatite C pode evoluir para a cirrose e o câncer de fígado, sendo hoje a maior causa de transplante hepático.
Alguns hábitos e situações podem aumentar o risco de contrair a hepatite C: compartilhamento de seringas; de equipamentos não esterilizados (manicure, por exemplo), barbeadores, escovas de dente ou qualquer procedimento médico-odontológico que use instrumental perfurocortante sem as normas adequadas de biossegurança, além da relação sexual sem camisinha. Já a prevenção pode ser feita evitando os riscos acima.
Fazer o teste de hepatite C (anti-HCV) é essencial em quem fez transfusões de sangue e derivados antes de 1993; quem faz hemodiálise; quem está gestante; quem tem (ou teve) algum evento como os citados acima, mesmo que não tenha sintomas. Qualquer médico pode solicitar o exame de detecção. Se positivo, há uma série de procedimentos posteriores.
O tratamento é gratuito e disponível na rede pública. O Ministério da Saúde publicou um novo protocolo que abrange recomendações para o tratamento, quando indicado. O principal objetivo do tratamento é erradicar a infecção para evitar complicações, embora nem sempre isto seja atingido. Além da excelente sistematização sobre os múltiplos aspectos que envolvem a hepatite C, o protocolo contempla situações clínicas que antes eram ignoradas pelos gestores, como o fato de haver pessoas cuja resposta ao tratamento é mais demorada do que outras, e, em alguns casos, prolongar o tratamento pode aumentar a chance de cura. A outra novidade contra a Hepatite C é que duas novas medicações serão introduzidas mais adiante no arsenal terapêutico atual, embora ainda não estejam neste protocolo.
Enquanto não chega a vacina nem se atingiu ainda os 100% de cura, prevenir, detectar e tratar ainda são as melhores estratégias de combate à hepatite C. Faça a sua parte como indivíduo e cobre o resto dos gestores da saúde do seu município, estado, país.
Maria de Fátima Duques de Amorim, gastroenterologista, CRM 2638
Fonte: Portal Unimed JP
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