'Nova classe média' obriga governo a se adaptar

A redução da pobreza e o crescimento vertiginoso da classe média nos últimos anos obrigam o Brasil a repensar suas políticas públicas para responder às novas demandas e permitir que os milhões de brasileiros que enriqueceram continuem a trajetória ascendente. A opinião é de Ricardo Paes de Barros, subsecretário da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), da Presidência. 

Segundo o subsecretário, o crescimento da classe média, que de 40% da população em 2003 passou a 52% em 2009, exige ajustes nas políticas macroeconômicas, de educação, cultura, crédito e saúde.

DIVERSIFICAÇÃO
De acordo com Paes de Barro, trata-se de uma camada preocupada com educação, cultura, saúde e cuidados pessoais. Para atender o grupo, ele diz que é preciso diversificar os mercados nessas áreas e regular o setor de planos de saúde.

Ainda segundo o subsecretário, dada a alta participação do grupo entre os brasileiros com carteira assinada (68%), seria necessário melhorar a qualidade do emprego formal. O subsecretário também afirma que parte desta camada pode ascender por meio de empreendimentos privados.

SUPER ABONO
O governo quer criar um "super abono" salarial para garantir a renda da classe C (também chamada de a nova classe média). O objetivo é tentar evitar que essas pessoas percam o padrão de consumo obtido com a melhoria nos rendimentos nos últimos anos.

Na prática, a exemplo do que foi feito com o Bolsa Família, a medida empacotará sob uma mesma marca benefícios que já são pagos aos trabalhadores de baixa renda, como o salário-família e o abono do PIS/Pasep. Para o governo, a medida será um estímulo à formalização do emprego.

Segundo o secretário de Ações Estratégicas da SAE, Ricardo Paes de Barros, a base dessa nova rede de proteção social é aumentar o número de trabalhadores na faixa entre um e dois salários mínimos (R$ 545 a R$ 1.090), melhorar as relações deles com os empregadores e reduzir a rotatividade no emprego. O abono, seria um estímulo à formalização e à manutenção do emprego.

Fonte: BBC BRASIL

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