RECADO DAS URNAS – UMA ANÁLISE FRIA DOS NÚMEROS
Por Ednaldo Henriques Duarte
Não sei até quando o sistema político
brasileiro resistirá e o TSE continuará a fechar os olhos para um crescente
número de eleitores que, de forma direta, rejeita o atual modelo político.
Percebe-se que, grande parte desses
eleitores, são pessoas com certo nível de estudo, que entendem de política, conhece
o jogo do poder, mas que optam por curtir o feriado com a família; ou, cumprindo
a exigência do voto obrigatório, comparece, porém vota em branco ou nulo. São
eleitores que dizem: “se um ou outro for eleito, não faz diferença”. Certamente
não depende da política, da forma como ela vem sendo praticada.
A cada nova eleição, grande parte da
população – e esse número é crescente - faz uso dessa prática, ou seja, manda
seu recado de forma direta.
No segundo turno da eleição em Campina
Grande, dos 280.207 eleitores aptos a votar, 60.214 ignoraram
as propostas dos dois candidatos e aos apelos do TRE/TSE. Eles se abstiveram da
votação, decidiram anular o voto ou votaram em branco.
Em
João Pessoa, o caso foi mais grave: dos 480.237 eleitores aptos a votar, no
segundo turno deste ano, 118.287 ignoraram as propostas dos dois candidatos. Isso
implica dizer que, a quantidade de votos brancos, nulos e os que preferiram
curtir o feriado ultrapassaram o segundo candidato, ou seja, o segundo ficou em terceiro, visto que,
livrando o primeiro, o segundo mais votado foi o voto que não teve valor, voto
dado como inválido pelo TRE/TSE.
No restante do país não foi muito diferente. Em São
Paulo o vencedor ficou com 39,30% do total de eleitores aptos a votar. Uma
população superior ao estado de Sergipe disse: “NÃO” ao modelo político
apresentado por ambos os candidatos. Além disso, cerca de 10% dos que votam,
assim o fazem por interesses pessoais. Não esquecendo que a grande maioria dos
votantes é pobre, sem instrução, que são agraciados com as “bolsas e esmolas”,
a “troca de favores pessoais”, oferecidos como moeda de troca.
Na
média geral brasileira, cerca de 30% dos eleitores, um número bastante
expressivo, reprova o sistema político atual, bem como o papel desempenhado por
nossos representantes nas câmaras municipais e prefeituras. Pois, segundo essa
legião de brasileiros, com número cada vez maior, o modelo político posto não
atende mais aos anseios da população.
Certamente
esses números não agradam aos “caciques políticos”. Eles preferem nem comentar.
Mas eles precisam entender o recado dado pela população nessas eleições.
Acorda
Brasil!
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