JOÃO MICENA, GERENTE DO DISQUE DENÚNCIA (197) DA POLÍCIA CIVIL, É O ENTREVISTADO DA SEMANA

Neste domingo, no post “Entrevista da Semana”, o Blog publica entrevista com João Micena, Gerente Operacional do Disque Denúncia (197 da Polícia Civil).

João Batista Micena Barbosa tem 26 anos, solteiro, Bacharel em Relações Públicas pela UFPB, prestou concurso para a Polícia Civil em 2003, com 18 anos, o mais novo da PC/PB, sendo nomeado no ano de 2005.

Escrivão de Polícia, hoje, um dos mais jovens nos quadros da Polícia Civil da Paraíba, Micena, como é carinhosamente chamado pelos amigos da PC/PB, foi designado inicialmente para prestar serviços na Delegacia de Polícia de Água Branca, sertão do Estado. Em seguida, passou pelas Unidades Policiais de Massaranduba, Sapé, as Especializadas da Infância e Juventude, Repressão a Entorpecentes e Crimes Contra a Pessoa, todas na Capital da Paraíba.

No início deste ano passou a integrar o Grupo de Operações Especiais (GOE), assumindo, por fim, o cargo de Gerente Operacional do Disque Denúncia, órgão vinculado à Gerência Executiva de Inteligência–GINTEL/SEDS.

O Blog parabeniza o jovem Policial Civil que, em tão pouco tempo de carreira, já tem uma lista de relevantes serviços prestados a instituição, o que muito orgulha a família PC/PB.
Entrevista na íntegra
BLOG:
Pelo seu histórico, percebe-se que você ingressou muito cedo na carreira policial, o que lhe influenciou nessa escolha?
MICENA:
Assim que terminei o ensino médio e ingressei no ensino superior, surgiu a oportunidade do concurso público da Polícia Civil e, ao analisar as alternativas, escolhi a opção para Escrivão de Polícia. Não duvidei da minha escolha, pois o cargo atendia meu perfil profissional.

BLOG:
Após assumir o cargo, suas expectativas foram atingidas?
MICENA:
A princípio, foi angustiante o período de espera para a nomeação. Quando se passa em um concurso público o que você deseja é ser nomeado. Diante disso, estava muito feliz, haja vista, que se tratava do meu primeiro emprego. Contudo, ao assumir o cargo deparei-me com a situação precária que se encontrava a Delegacia de Polícia de Água Branca, distante aproximadamente 400 km da minha residência. Faltava estrutura física, material humano e de trabalho. Apesar disso, tive a sorte de trabalhar com o Del. Pol. Cristiano Jacques (hoje Delegado Regional da 5ª DRPC), oportunidade na qual desempenhamos um excelente trabalho na cidade, sendo reconhecidos pela população.


BLOG:
Podemos observar na Polícia Civil que há uma certa queixa quanto à atividade do Escrivão de Polícia, seja quanto ao efetivo que é pequeno ou sobre toda a responsabilidade atribuída a este profissional. Como você avalia essa conjuntura?
MICENA:
Realmente, o cargo de Escrivão de Polícia pode ser considerado o mais requisitado no ambiente de uma Delegacia. Isso se deve a diversos fatores: primeiro, porque o fruto do trabalho realizado em uma Unidade Policial dá origem a Inquéritos Policiais, TCO’s, Boletins de Ocorrência, entre outros, o que exige demasiada formalidade, tudo sob responsabilidade do Escrivão de Polícia; segundo, porque apesar de ser a mais requisitada, também é o menor efetivo proporcionalmente às demais carreiras; terceiro, porque a quantidade de inquéritos concluídos é mínima, isso resulta naquelas movimentações que parecem não ter fim. Na verdade, o modelo de Inquérito Policial já está ultrapassado, todos os países desenvolvidos já aperfeiçoaram o seu modelo de investigação policial. Apesar desta situação, gosto e amo o que eu faço, e sempre por onde passei me dediquei a fazer o melhor.


BLOG:
Hoje, você está ocupando o cargo de Gerente Operacional do Disque Denúncia, vinculado à GINTEL. Como você avalia a nova função?
MICENA:
Inicialmente, tenho plena convicção de que “estou” Gerente, e não, “sou” Gerente, minha função mesmo é Escrivão de Polícia. Esse meu pensamento faz com que todos os dias eu busque fazer o melhor de mim, para que quando a minha missão terminar, possa sair com a cabeça erguida e ciente de que eu dei “conta do recado”. Quanto à nova função, tratei como um grande desafio, haja vista, que não havia ocupado antes nenhum cargo gerencial. Graças a Deus, tenho sido muito feliz nas minhas decisões. Hoje, o efetivo do Disque Denúncia é três vezes maior, já foram batidos todos os recordes de números relativos ao ano anterior e o serviço está crescendo diariamente, através da divulgação feita pela mídia e do comprometimento dos nossos companheiros das Delegacias.


BLOG:
Qual foi o seu maior desafio a frente do setor?
MICENA:
Assim que foi publicada a nomeação, realizei um Diagnóstico Organizacional, onde foi descrito toda situação do setor e suas necessidades. Vi que o meu maior desafio seria tornar o serviço disponível 24 horas, haja vista que o horário era reduzido, o que acabava diminuindo a quantidade de denúncias e a efetiva participação da população perante o serviço. Como o crime não tem data nem hora para acontecer, como também, a polícia trabalha com o princípio da oportunidade e, por fim, com o advento do plantão de algumas Delegacias, principalmente a de Homicídios, fez-se ainda mais necessário a ampliação do horário do 197. Com o passar do tempo e a valorização da importância do serviço perante os gestores da SEDS, tivemos o aval do Secretário, Delegado Geral e Gerente da GINTEL para que pudéssemos prover o setor dos recursos indispensáveis para que funcionasse 24 horas. E daí, no dia 31 de outubro de 2011, o Disque Denúncia da Polícia Civil da Paraíba passou a funcionar de forma ininterrupta, adequando-se às necessidades da população e à realidade do serviço prestado pelas policias de outros estados.


BLOG:
Qual o seu sonho na Carreira?
MICENA:
Certa vez, durante a realização de uma palestra motivacional perguntaram-me qual era o meu sonho. De pronto foi respondido: “Ganhar bem para não ter de sair da Polícia Civil!”. E hoje, continuo com o mesmo sentimento. Acredito que o meu pensamento é compartilhado com vários companheiros nossos. No meu ponto de vista, se o policial passar mais de três anos e não sair, é porque já adquiriu amor à profissão e sente orgulho do que faz, só precisa dos meios necessários para desempenhar bem o seu papel, sabendo que no horário de folga terá a qualidade de vida necessária para cuidar da família com dignidade.


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