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Tratamento do fumante em consultório

Largam o cigarro duas categorias de fumantes: os "heróis" - compõem os 6% que conseguem conviver durante várias semanas com os sintomas da Síndrome de Abstinência da Nicotina - e os "decididos" - aqueles que possuem a vontade de parar, mas não dispõem da "força de vontade" que permite aos "heróis" se livrar das garras da nicotina sem recorrer a um suporte suplementar. São eles, os "decididos", que chegam ao nosso serviço com a convicção de querer parar, mas acreditam não terem forças suficientes para, sozinhos, romperem com a dependência tabágica. 

Uma vez no consultório é importante demonstrar compreensão. O fumante não tem culpa por ser dependente (culpados são os que nem sequer pensam em deixar o cigarro).
Jamais iniciar o tratamento medicamentoso na primeira consulta é requisito fundamental que ajuda a testar, na prática, a decisão de largar o cigarro. Se o fumante retorna com os exames solicitados, é uma demonstração de que, realmente, está num estágio de motivação que nos permite estabelecer uma data para iniciar o tratamento com os produtos antitabaco. 

No tabagismo, existe todo um envolvimento neurocomportamental que precisa ser devidamente considerado durante seu tratamento. Ancorado nesse raciocínio, a introdução do esquema terapêutico sempre vai depender de duas avaliações fundamentais para o sucesso da terapia: o teste de Fagerström, que vai dimensionar o grau de dependência à nicotina, e o perfil emocional do fumante que nos orienta sobre a necessidade de associar ao tratamento tabágico um suporte medicamentoso e/ou psicológico para evitar os sobressaltos emocionais, grandes responsáveis pelas recaídas.

Parar de fumar foi durante muito tempo privilégio exclusivo dos que tinham "força de vontade." Hoje, o tratamento desenvolvido em consultório escancara as portas para todo o fumante romper com a dependência nicotínica sem muitos sacrifícios.
 

29 de agosto, é o Dia Nacional de Controle do Tabagismo, uma bela data para os fumantes indecisos agendarem uma visita ao seu especialista.

Sebastião de Oliveira Costa, pneumologista, CRM 1630. O médico é coordenador da subcomissão de tratamento do Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia

Fonte: Unimedjp.com.br

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